A GERINGONÇA
Vivi para ver e ouvir um jornalista, especialista em política nacional, apregoar com todas as letras as virtudes do político José Sarney. Ribamar, segundo o especialista cujo nome me escapa -- uma daquelas azêmolas do Estúdio I, da Globonews -- , seria a grande mente a engendrar o "tudo pelo social", e a forma rasteira de se fazer política, na base do toma-lá-dá-cá, o que hoje é eufemisticamente colocado em termos de "articulação", e todo tipo de entraves e vícios da "máquina", existentes em função daquilo que, sobretudo Executivo e Legislativo, fazem com mais eficácia, piorar a vida de quem trabalha, nesse país.
Ora, a assim chamada "geringonça", não é cria de Sarney, que apenas queria transformar o Brasil num Maranhão de dimensões continentais, seu feudo ampliado por uma combinação de acasos e desgraças como só por aqui se vê... Não, a coisa, pouco importando como se queira chamá-la, é já indissociável da República, suas origens são uma só e a mesma.
Os assinantes jovens da Globonews podem até levar a sério o dever de casa mal feito desses jornalistas de quinta categoria, mas o estamento burocrático tem vida própria, não tem face nem sobrenome famoso, é uma coisa bastarda que se alimenta de si mesma sem jamais se consumir, sobrevivente de crises, legendas, gestões após gestões, e, desnecessário demonstrá-lo, opaca às brilhantes análises de analfabetos funcionais como os jornalistas que temos.
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