TEMPO DE CONJUGAR O VERBO... "SER"
Viver... no tempo
Palco vivo
Místico... cenário
No real tempo
A se conjugar
O verbo... "Ser"
Ai! Quem dera!
Se sempre no indicativo presente eu estivesse!
A qu'eu diria com orgulho:
"Eu sou!"
Mas, quão lamentável!
Pelo que, neste instante, me perco no pretérito imperfeito
E, arrependido (no mesmo indicativo),
[eis-me quase sempre a dizer:
"Eu era!"
Ou, no pretérito perfeito deste singular prazo
A que consciente de meu perdido tempo
Fico-me, pois a lamentar
E, portanto, a queixar-me... chorando:
"Eu fui!"
E, no tempo a que subordinado se faz ao meu passado
Em devaneios, navego em minhas nuvens (como um louco)
A lamuriar perante à Vida no subjuntivo d'outrora
(oh! como s'eu pudesse mudar o tempo!):
Quem dera... "se eu fosse!"
Ou, na protelação do que sempre a mim faço
A repetir como n'um mantra a ingenuamente dizer-me:
"Quando eu for...!"
Ai, meu Deus! Quanto traio minh'alma por destarte o ser!
Em qualquer tempo deste sagrado verbo
Embora a Vida me cutuca a cad'hora,
[no imperativo negativo de meu viver,
[a implorar-me (para o meu próprio bem):
"Acorda, meu filho! E não sejas mais tu o que antes eras
Mude a partir dest'hora o teu rumo
E vivas no futuro do presente (a que mora a Esperança)
A dizer para si mesmo agora e sempre... e com fé:
"Eu serei"..!"
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13 de novembro de 2019