Bolo mãe e filha
(receita para reflexão)
(receita para reflexão)
Eram dois bolos para um café da manhã de domingo, bolo de milho sempre remete a nossa cultura ancestral, do tempo que ainda não andávamos por aqui, mas o milho era plantado, colhido e transformado nas iguarias que acostumamos saborear quando na casa da avó ou daquela tia mais velha, e sempre acompanhado de histórias, que valorizavam o processo e doava ainda mais sabor e importância ao alimento que chegava à nossa mesa.
Assim que foram dispostos, lado a lado, apelidei de bolo mãe e filha, era um maior e outro menor, oriundos da mesma massa, porém com tempo de forno proporcional ao volume, o menor assou rapidamente, o maior exigiu mais tempo para o cozimento e assumiu uma tonalidade mais escura.
A reflexão é muito mais profunda dessa vez, e envolve a nossa ancestralidade, o prazer em preparar o alimento e reverberar memórias. Quem somos independe do tempo de preparo, uns ficam prontos antes, outros depois, uns compreendem mais, outros precisam ser compreendidos sempre, e ainda terão os incompreensíveis por natureza.
Eram dois bolos, oriundos da mesma massa, moldados pelas mesmas mãos, o sabor e a textura iguais, mas as suas cores chamaram atenção. Olhávamos em torno da mesa, uma mãe de pele clara, duas filhas de pele escura, buscando serem reconhecidas como mãe e filhas, enquanto o bolo mais claro e o bolo mais escuro também precisavam explicar as suas diferenças, embora fossem iguais.
Fruto da mesma mistura, originários do mesmo contexto, ofereciam o mesmo sabor e alimentava na mesma proporção, porém um era mais claro, o outro mais escuro, e aqueles olhares a questionar se a mãe teria de fato ligação com as filhas, ou se o bolo menor de fato era parte da mesma receita.
10/11/2019
Assim que foram dispostos, lado a lado, apelidei de bolo mãe e filha, era um maior e outro menor, oriundos da mesma massa, porém com tempo de forno proporcional ao volume, o menor assou rapidamente, o maior exigiu mais tempo para o cozimento e assumiu uma tonalidade mais escura.
A reflexão é muito mais profunda dessa vez, e envolve a nossa ancestralidade, o prazer em preparar o alimento e reverberar memórias. Quem somos independe do tempo de preparo, uns ficam prontos antes, outros depois, uns compreendem mais, outros precisam ser compreendidos sempre, e ainda terão os incompreensíveis por natureza.
Eram dois bolos, oriundos da mesma massa, moldados pelas mesmas mãos, o sabor e a textura iguais, mas as suas cores chamaram atenção. Olhávamos em torno da mesa, uma mãe de pele clara, duas filhas de pele escura, buscando serem reconhecidas como mãe e filhas, enquanto o bolo mais claro e o bolo mais escuro também precisavam explicar as suas diferenças, embora fossem iguais.
Fruto da mesma mistura, originários do mesmo contexto, ofereciam o mesmo sabor e alimentava na mesma proporção, porém um era mais claro, o outro mais escuro, e aqueles olhares a questionar se a mãe teria de fato ligação com as filhas, ou se o bolo menor de fato era parte da mesma receita.
10/11/2019