Mudanças, adaptações, ego.

Mudanças...

Quando te conhecem, as pessoas costumam ver e mostrar a melhor versão de si.

Porém, se formos aprofundar, nos abrir, revelar os segredos...

Esse ato pode ser considerado uma mudança?

Na personalidade, na necessidade / comprometimento de ser honesto?

Eu sempre percebi que, uma vez que eu me me abra, que permita um vislumbre do q eu tenho por trás da fachada bonitinha e engraçadinha, as pessoas tendem a se assustar. Como se ter pensamentos profundos, dias tristes, carência, emoções afloradas fosse algo extremamente negativo. Mas realmente é?

Eu sou uma mulher muito aberta com o que sinto e penso.

Não consigo me fechar no meu mundo e deixar todos de fora. Acredite, eu tentei. Mas apenas me deixou doente.

Então percebi que meu modus operandi é sendo cruamente honesta.

Pro bem e pro mal.

Se eu estou de bom humor, nota-se.

Se eu não estou, fica mais visível ainda.

Quando alguém me conhece, diz que meu jeito de agir em relação aos meus sentimentos é algo positivo, difícil de ver, até. Mas quando a parte ‘negativa’ dessa situação os afeta, eu sempre ouço: ‘Você mudou!’

Eu mudei?

Ou foi a pessoa que não está disposta a entender meu outro lado? Por que critica tanto algo que não se entende?

Eu não mudei, você só está vendo algo que não te agrada.

Eu sempre fui honesta, você que não consegue aceitar que eu tenha críticas a fazer a seu respeito.

Outro tipo de mudança que também me afeta muito é a mudança de comportamento, conforme vamos nos acostumando a ter algo / alguém sempre à disposição.

Você já percebeu que, enquanto você não possui algo, você não para de pensar nisso?

E quando, finalmente consegue, o item tão cobiçado vira apenas um espaço ocupado na sua estante, na sua vida. Não tem mais significado, serventia.

Fazemos isso com pessoas também. Enquanto não as conquistamos, é nosso objeto de obsessão. E, uma vez que ganhamos a atenção da pessoa, o interesse diminui, às vezes até acaba.

Mas e a pessoa? Será que paramos pra pensar em como ela vai se sentir com essa situação?

Porque, inevitavelmente, quando perdemos o interesse, a presença é a primeira que sai pela janela.

E a pessoa que se acostumou a ter você ali, de repente se vê sozinha.

Isso é justo? Justo pra quem?

Pro nosso ego?

Por que fazemos isso? Por que não mantemos a pessoa do nosso lado, não tentamos conhecê-las a fundo? Não tentamos confiar nelas? Até porque, teve um motivo pra querermos nos envolver com elas em primeiro lugar. Esse motivo simplesmente sumiu?

Eu acho que devemos sempre refletir em como nossas ações afetam as pessoas ao nosso redor, seja positiva ou negativamente; em quanto podemos machucar alguém sendo egoistas e mega centrados em nós mesmos.

É injusto. É humilhante. É estressante, saber que fomos uma espécie de prêmio, uma espécie de estandarte, degrau a ser pisado e depois esquecido, conforme o outro avança na escada da vida.

Não podemos respeitar o que nos trouxe até aqui, quem esteve do nosso lado, apoiando, suportando, ajudando?

Por que ficamos tão focados em nós mesmos que esquecemos de tudo?

Eu ainda não sei responder a isso.

Talvez minha terapeuta possa.

Ouvi Show Me How, de Men I Trust, enquanto escrevi isso.