Sobre o livro "Deus, um delírio" de Richard Dawkins

Dias atrás, terminei de ler um livro que há muito tempo queria ter lido, trata-se de “Deus, um delírio” de Richard Dawkins. É um livro que defende o ateísmo e, claro, procura mostrar que Deus não existe. No prefácio, o autor diz que se o livro funcionar do modo como ele pretende “os leitores religiosos que o abrirem serão ateus quando o terminarem. Quanto otimismo e quanta presunção! É claro que fiéis radicais são imunes a qualquer argumentação”.

O livro traz muitos temas que considero relevantes e ajudou-me a olhar a religião de um modo diferente. Sobre o efeito em minha fé, confesso que não abalou em nada. Mas não me considero um fiel radical, como sugere o autor.

Ao longo do livro, Richard citou um livro de Martinho Lutero — o mesmo da reforma protestante — e sinceramente, o livro de Lutero me deixou bem mais chocado que este em questão. Trata-se do livro “dos Judeus e suas mentiras”, li-o em uma sentada só. Neste livro, Lutero incentiva os cristãos a vingarem a morte de Cristo e derrama todo seu ódio contra os Judeus, os acusando de blasfêmia, de assassinos de Cristo. E para vingar a morte de Cristo, eles mereciam ter suas sinagogas queimadas, assim como suas casas, e seus bens roubados. Para mim, isso parece bem mais assustador do que alguém querer provar que Deus não existe.