Fuga
Vou pela superfície,
burlando mistérios que não quero desvendar,
tenho medo da profundidade de tudo.
Coloco o meu coração para dormir,
relutante ele desperta acelerado,
bem no meio do meu sono, com ousadia
ele quer correr.
Num canto largada, como se não existisse,
fica a minha alma silenciosa,
observando, fugindo do abismo do existir.
O corpo adormecido, imóvel,
guarda um coração em conflito,
querendo para a vida se atirar,
já a alma cansada, só sobrevive.