Maquinando fábulas sobre o amor
O tempo tem acobertado
As minhas experiências
Tem acobertado tantas setenças
Retirado de mim
A cada tica-tac
A cada Tac-tic
Esse meu jeito máquina
Esse jeito meio não liga pra
Flor que acabou de nascer
Esse jeito que não ri
Ao ver num cachorro correr
Ou um adulto dizer
Que ainda ama
Que queria gostar
Que queria se abrir
Que acredita em disco voa dor
Que queria aprender a rabiscar
A liberdade pausada
Ou que gostava de ficar
Sentado na escada
O tempo despe-me do jeito máquina
Deixa o joelho dizer
Que deve rezar
Que deve deitar na grama
E ver o céu
Te contemplar
Tu não és uma máquina
Tu não és uma fábula
Nem o personagem
No conto passado
De uma criança
Que só podia pensar em adulto ser
Um ser Adulterado
Sem contato com o amor
Sem contato com o respeito
Sem contato
Com tato
Tu não é
A soma da expressão
Que os número decidem formar
Que os números decidem dizer
Quem é cidadão
Tu não é
Máquina