QUAL SERIA O PIOR DE TODOS OS MALES?

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Tenho certeza que 99% dos leitores irão responder: “É a morte!”.

Realmente isso faz sentido quando se trata de uma pessoa ainda relativamente jovem e com boa saúde. Mas a perspectiva muda radicalmente se formos considerar um indivíduo de idade avançada e acometido por graves doenças. Afinal sabemos que a morte é o nosso destino final e de nada adianta prolongar os sofrimentos quando já não há mais esperança.

Um famoso escritor siciliano, Leonardo Sciascia (1921-1989), em um de seus livros escreveu essa frase:

“A um certo ponto da vida não é a esperança a última que morre, mas morrer é a última esperança.”

Com certeza Sciascia foi um espírito livre, laico e anticonformista de matriz iluminista que nunca abriu mão da razão humana. É portanto provável que quem adota uma visão cristã da existência não se reconheça no pensamento dessa grande figura da literatura europeia do século passado.

Vamos então ler um dos mais famosos aforismos de Pietro Antonio Domenico Bonaventura Trapassi, mais conhecido com o pseudônimo Pietro Metastasio (1698-1782), poeta e escritor, considerado o mais respeitado e influente libretista do século XVIII. Apesar da época em que viveu, Metastásio não aderiu ao Iluminismo, chegando a se tornar professor da duquesa Maria Antonieta, futura rainha da França. Vale também lembrar que esse grande poeta foi um presbítero católico.

Ele disse que:

Não é verdade que seja a morte

o pior de todos os males;

é um alívio dos mortais

já cansados de sofrer.

Pessoalmente acho que tanto Leonardo Sciascia como Pietro Metastasio estavam mais do que certos!

Richard Foxe
Enviado por Richard Foxe em 27/10/2019
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