A criatura
Aquela expressão nunca se viu
Tinha algo de ceu
Tinha algo de flor
E ao mesmo tempo algo infernal e escuro
Em cores vibrantes que parecia mais uma aquarela
Um perfume de mato
Não sei descrever tal beleza
Não era homem
Não era menino
Não era humano
Vinha em sonho como um vento rasgando minhas vestes
Me penetrando
Mastigando minha carne
Estralando meus ossos pelvicos
Tinha um liquido saboroso
Como um leite misturado com sal e mell
Seus beijos tinha um gosto de romã
E o passear de sua lingua em minha boca era como mastigar a propria fruta sentindo seus gominhos estourando no ceu da boca.
Era incrivel o valsar de seu toque
Não lembro com o que me tocava pois não tinha mãos
Era como uma toalha felpuda que masageia o corpo após o banho.
Aquela criatura tinha olhos tristes e brilhantes
Tinha a leveza das plumas e a brutalidade de um lobo
Seu cheiro esta por toda minha pele é como se eu respirase pelos seus poros
Seu suor pinga em mim
Não mais vivo eu
Mas ele vive em mim.