A criatura

Aquela expressão nunca se viu

Tinha algo de ceu

Tinha algo de flor

E ao mesmo tempo algo infernal e escuro

Em cores vibrantes que parecia mais uma aquarela

Um perfume de mato

Não sei descrever tal beleza

Não era homem

Não era menino

Não era humano

Vinha em sonho como um vento rasgando minhas vestes

Me penetrando

Mastigando minha carne

Estralando meus ossos pelvicos

Tinha um liquido saboroso

Como um leite misturado com sal e mell

Seus beijos tinha um gosto de romã

E o passear de sua lingua em minha boca era como mastigar a propria fruta sentindo seus gominhos estourando no ceu da boca.

Era incrivel o valsar de seu toque

Não lembro com o que me tocava pois não tinha mãos

Era como uma toalha felpuda que masageia o corpo após o banho.

Aquela criatura tinha olhos tristes e brilhantes

Tinha a leveza das plumas e a brutalidade de um lobo

Seu cheiro esta por toda minha pele é como se eu respirase pelos seus poros

Seu suor pinga em mim

Não mais vivo eu

Mas ele vive em mim.

Esmeralda V
Enviado por Esmeralda V em 23/10/2019
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