Paisagem
Aquilo que já foi vida
Em morte se transmuta
A lua que já foi querida
Agora trás amargura
Eu ou o mundo
O mundo e eu
O que me machuca no amago
Convulsiona ao meu redor
Eu odeio cada fibra do meu corpo
E blasfemo por cada escolha de minha alma
Pois o sentinela que tudo comanda
Já não tem guarita na muralha
E que eu fosse um verme rastejante esmagado por um bisão
Ao invés de um homem que encara de pé a própria perdição
Pois até a própria Fenix cansa de tanto renascer
Não temer a luz nem a escuridão
Não amar a morte ou a paixão
Mas é pesada a resolução
De abrir os olhos e encarar o revolto mar tempestuoso