UM HORROR DESCONFORTÁVEL...

Introdução a um “Terror desconfortável”

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Em 2008/9 – assim como nesse arrastado 2019: eu queria MUITO tentar coisas novas, na escrita. Eu me dizia um escritor de “Horror”. Mas na prática a coisa não estava andando Então, fui passeando por estilos e lendo e assistindo tudo o que podia. Até hoje me entristece quando as pessoas falam de meus poemas, ou textos cômicos apenas. Até porque eu consegui mesclar o Trash e a Comédia, modéstia a parte, de um jeito bem legal em Fernando Café e o Colecionador de Olhos (2010).

Mas, quero contar uma história, antes de divulgar um texto há muito esquecido. Sempre achei as obras com “Possessão Demoníaca”, brincadeiras de mal gosto. Não conseguia nem considerar aquilo Cinema, muito menos Romance. Mas andava fazendo um exercício legal, quase todas as noites… uma voz que dizia: “Tá. Porque VOCÊ não tenta fazer?”. Eu amava (ainda amo) essa voz. Cancelava saídas e idas à bares com meus amigos ou tentava distrair – a ainda pequena – Janaína com algum filme e sentava no computador encarando a página em branco.

Eu queria usar elementos clichês das histórias do gênero. Como “casas antigas”, e “menininhas inocentes possuídas pelo Diabo”. Descobri uma coisa interessante; Geralmente se usam CRIANÇAS em histórias assim, por um motivo simples: O leitor não cria a MENOR compaixão por adultos possuídos.

Em ‘O Exorcista III’ (sim, tem mais de um) o padre Damien – que caiu da janela da casa, ao ser possuído pelo Demônio – ao fim do 1° primeiro filme… é encontrado vivo e tido como esquizofrenico, num sanatório. E então obviamente: um bocado de morte começa acontecer no local, enquanto um detetive investiga o caso. O que quero dizer é que desde A PRIMEIRA CENA, meu pensamento foi “PORQUE ESSE DETETIVE NÃO DÁ LOGO UM TIRO NA CABEÇA DESSE CARA?!”. Esse é o pensamento que dificilmente teríamos assistindo ao filme original, com a atriz Linda Blair, interpretando a inocente e bem-humorada ‘Regan’. O que quero dizer com tudo isso é que os elementos são limitados, nos vetando a mudanças e o enredo acaba sendo sempre o mesmo. O escritor deve trabalhar com um “clichê essencial” e criar alguma coisa nova dentro do cafonice.

Bem, eu escrevi… E odiei. Porque a temática. Mas, passei a respeitar, bastante gênero. Pois tive dificuldade de terminar o conto. O “grosso” em 2009 e o revisado HOJE. Ao escritor que criou O Exorcista: Aplausos. Por dois motivos: Primeiro, não sei como ele consegue dormir à noite tendo criado aquilo... E também por conseguir produzir TANTO e fazer tanto sucesso, até hoje. Escrevendo um tipo extremamente controverso e incomodativo de horror. O mais curioso foi que… quando eu estava terminando de revisar o ÚLTIMO PARÁGRAFO do texto, um amigo chamado JESUS, entrou na livraria, querendo falar comigo. Vocês acreditam em sinais? Eu acredito.

LINKs:

https://www.recantodasletras.com.br/contos/6774722

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