Juiz x Acusador ( Uma reflexão)
Observemos com perspicácia esse tema que, embora pareça muito simples, carrega em si uma magnífica e importante reflexão.
Primeira parte:
Quem é, no plano terreno, o juiz? O que ele faz, qual papel lhe cabe dentro do contexto de um tribunal?
- O juiz é aquele que ouve a todas as partes- defesa, acusação, jurados e promotores, testemunhas e afins; cabendo-lhe a árdua função de, a partir daquilo que ouviu, construir a sua sentença. Em muitos casos, aos olhos de muitos, a sentença proferida não parece justa e causa comoção, constrangimento e dor, cabendo uma reavaliação ou, quem sabe, uma revogação.
Quem é, então, o acusador?
Tomemos, novamente, a analogia com o tribunal e coloquemos o acusador como sendo um promotor. A esse profissional cabe a função de, a partir de fatos, acusar, apontar e arrancar do réu uma confissão, convencendo ao juiz e aos jurados de que ele deve ser condenado ou, em alguns casos, absolvido.
A partir dessa analogia, reflitamos acerca de nossos papeis na terra, na sociedade, no meio da nossa parentela, perante os nossos amigos e irmãos na fé. Muitas vezes, no alto da nossa vaidade e na imprudência de nossa ignorância, queremos tomar a função de juiz, buscando sentenciar o outro a partir dos nossos preconceitos ou daquilo que constituímos como verdade absoluta por ter nos chegado através de terceiros que, muitas vezes, nem foram de fato testemunhas dos fatos. Ou pior, assumimos a função de acusadores, sempre lançando a face do outro os seus pecados, humilhando-o, constrangendo-o, como se nós mesmos não fossemos, também, pecadores e tão indignos de misericórdia quanto. Partindo para outra analogia: há pessoas que querem tomar o papel de Deus, o justo juiz e o único que conhece, de fato, todos os pormenores da causa julgada. Há, ainda, os que tomam as funções do diabo, que faz as vezes do acusador, daquele que relembra a todo momento as suas transgressões. Digo-vos, porém, que o papel de todos nós na terra é o de cumprir o mandamento do Senhor, que diz: Amai uns aos outros como a ti mesmo e como eu vos amei. O amor e a caridade deve ser todo princípio do ser humano. Não importa qual a religião professe ou através de qual forma manifeste a sua fé, sempre lembre que o amor deve nortear todas as suas práticas e deve ser a sua verdade por onde quer que caminhe. Não tome para si uma função que não lhe pertence e não se deixe influenciar pela cegueira da vaidade e da intolerância, que são certamente abomináveis.