Amor como escolha
Olha, não quero ter que repetir.
Mas o amor -aquele mais falado, romântico mesmo- nunca foi uma busca.
Não pra mim, pelo menos.
Foi mais aquele pássaro, voando baixo e rente ao meu olhar, que me fez se admirar, e admirou por algum motivo. Às vezes lhe acolhi em abrigo, mas muitas também deixei ir. E é aí -e só aí, nessa etapa mesmo- que enxergo uma escolha. Só na busca de algo a mais, sob o que já me intrigou.
Mas você já não pensa assim. E não lhe culpo, já que viu seu amor morrer.
Me assusta a identificação, ou pelo menos compaixão, em muitos aspectos tanto do antes quanto o depois. Apesar disso, minha conclusão é outra, e sei que nem melhor nem pior.
Não nego a falta -que me perturba- mas com certeza não procuro. É o que me faz ser sincero, e acredite, já tentei ir atrás mais do que você sabe.
E já perdi o que podia ser uma escolha mútua bem bonita. Por pressão da época, inclusive disso.
Por isso, pra nunca mais perder de vista, quero só me repetir, quando precisar, isso:
Ninguém precisa buscar alguém. Às vezes não tem nenhum voo lhe prendendo a atenção, seja por quanto tempo for, e não tem pressa.
Pés no chão, olhos pra cima e faça em tudo suas melhores escolhas.