Amor como escolha

Olha, não quero ter que repetir.

Mas o amor -aquele mais falado, romântico mesmo- nunca foi uma busca.

Não pra mim, pelo menos.

Foi mais aquele pássaro, voando baixo e rente ao meu olhar, que me fez se admirar, e admirou por algum motivo. Às vezes lhe acolhi em abrigo, mas muitas também deixei ir. E é aí -e só aí, nessa etapa mesmo- que enxergo uma escolha. Só na busca de algo a mais, sob o que já me intrigou.

Mas você já não pensa assim. E não lhe culpo, já que viu seu amor morrer.

Me assusta a identificação, ou pelo menos compaixão, em muitos aspectos tanto do antes quanto o depois. Apesar disso, minha conclusão é outra, e sei que nem melhor nem pior.

Não nego a falta -que me perturba- mas com certeza não procuro. É o que me faz ser sincero, e acredite, já tentei ir atrás mais do que você sabe.

E já perdi o que podia ser uma escolha mútua bem bonita. Por pressão da época, inclusive disso.

Por isso, pra nunca mais perder de vista, quero só me repetir, quando precisar, isso:

Ninguém precisa buscar alguém. Às vezes não tem nenhum voo lhe prendendo a atenção, seja por quanto tempo for, e não tem pressa.

Pés no chão, olhos pra cima e faça em tudo suas melhores escolhas.

FOP
Enviado por FOP em 07/10/2019
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