Em aberto
Ela veio no começo, bagunçou tudo e partiu. Anunciou um roteiro, mas adiantou os planos, disse que depois sumiria. Disse algo e mudou, de última hora... Única coisa que me irrita. Deixa quieto.
Vai.
Começo a procurar dar aulas, de inglês...
-Você passou na primeira etapa, daqui a uns meses te retorno pra um treinamento.
Feliz, com certeza. Mas ansioso... Fica em aberto. Não convenço nem em casa de que posso ter garantido, imaginem pra mim mesmo.
Antes, recebo outra notícia:
-Hey, vamos voltar a ensaiar e levar aquela banda pra frente!
Cara, eu definitivamente queria. Com uma pegada bem autêntica com o que eu curti e toquei desde cedo, muitas ideias autorais, todo mundo mora perto e sedento por ensaiar, tocar, gravar. Ah, mas faltava um baixista.
E fora que ninguém mudou. Nem evoluiu.
Mesmo rumo incerto, logo desanima também.
Conheço uma outra garota... No meio de um aplicativo que eu nem dava mais atenção... passatempo que não saia do dito. Mas esse sim.
Conhecendo ela, eu sabia que nem era pra ser muito. E que eu nem era o único, como eu quis, ultimamente. Nem fiz questão.
Logo os shows com uma banda começam a render bem, e diversas ideias e contatos com músicos me guiam pra abraçar esse que é o rumo inquestionável da minha vida.
Amor e música, nada mais importa.
E com um estúdio e banda pra gravar, ainda me surge uma chance de outro estágio em estúdio. Fora da cidade, ia limitar (mas não mudar) essa rotina que se formou. Tudo certo, menos... que não precisaram de mim, por hora pelo menos.
A escola de inglês também, tímido como eu fui não me priorizaram mesmo nesse meio tempo eu passando... Merda. Perdi um trabalho extra perfeito. Ou não, ficaram de me chamar pra ver umas aulas... Faz meses. Em aberto.
Começo a dar mais certo com essa e outra banda, meus eventos e a produtora começam a se desenvolver... Do nada a menina some. Para de responder. O motivo?
Fica em aberto. Literalmente não falamos nem causamos nada que distanciasse. Mas passaram-se duas semanas.
Engraçado como faz falta algo que era mais distração. Que eu sabia que não era pra durar, mas nem chegou no que podia. E que eu quero.
Bom, de repente do nada surge uma -outra- mensagem de novo. Esse ano já aconteceu duas vezes, não duvido de mais nada. Mas essa irrita.
Outra vez, outra pessoa... Que eu nem vi pessoalmente. Que jurou não fazer o que meses depois nos afastou de conversar. Perdoei em vão várias vezes, em prol de querer vê-la. Mas, quem sabe... um dia. A não ser que eu não me importe mais. Nem respondo (mas ter raiva é se importar... graças que a internet não demonstra). Mas tudo bem, no fim.
E cresce mais do que nunca a vontade de escrever. Tocar. Explodir num palco, soltando tudo no único jeito que me importa. Lançar minhas músicas e outras. Porque o que eu construí tá em aberto, num crescimento por um lado e confuso em outros. Tudo que eu quero tá ou incompleto ou me fazendo esperar. Mas eu quero ir.
E se esse ano serviu pra me fazer olhar pra tudo que eu deixei pendente, que eu vá logo pras portas que abri.