A ESCRITA COMO INVENÇÃO DE SI MESMO
Nenhum dos livros que habitam sua estante há de evitar sua morte ou transformar sua vida. Livros criam apenas leitores, mas é a vida que inventa a escrita.
Escrever é um modo de cuidado de si, de converter artesanalmente a existência em obra de arte, em narrativa de carne, afeto e pensamento. Não há fronteiras definidas entre a oralidade e a letra, entre o cotidiano e a reflexão. Transitamos entre o vivido e o pensado, entre o sentido e não sentido, na bio grafia da impessoalidade de nossa perene existência.
A descoberta da linguagem não cabe na escrita fechada dos livros. Ela é fissura que esclarece o vivido e subverte qualquer disciplina e efeito de verdade.