Meu corpo é minha morada
Eu moro em mim, meu corpo é meu templo, minha morada, meu lar, meu refúgio.
Meu corpo é parte do que eu sou, parte da minha essência, morada da minha alma.
Meu corpo não sou eu, mas me representa, e para que represente bem eu vou mudar.
Vou mudar, sempre que eu quiser mudar, assim como mudo de casa, mudo as coisas de lugar.
Vou mudar meu cabelo, a cor, o tamanho, o corte, o jeito de usar.
Vou decorar, assim como penduro quadros, como pinto as paredes, como coloco adereços em casa.
Vou decorar meu corpo, pintar minha pele, colorir, desenhar.
Vou pendurar adereços, usar acessórios, piercings, brincos.
Vou me arrumar, assim como arrumo a casa.
Vou me perfumar, usar maquiagem, vou fazer o que me convém.
Assim como abro as janelas, troco as cortinas, vou trocar de roupa, mudar estilos, usar salto, usar tênis.
Se minha casa muda, porque não mudo meu estilo de vestir também?
Meu humor varia, assim variam minhas roupas, meus sapatos, meus jeitos.
Eu sou meu lar, as vezes fechado, as vezes sozinha, as vezes bonita, as vezes um caos.
Eu sou inconstante.
Eu sou mutável.
Se tudo muda sempre, o tempo todo, mudo eu também.
O lar da minha alma, a expressão do meu ser.
Eu sou estranha, eu sou errada, eu sou diferente, eu sou única, assim também é meu corpo.
As vezes bem cuidado e impecável, as vezes largado, quase abandonado.
Meu corpo é minha casa, darei a ele o que eu tiver vontade, seja salada, água e vitaminas, seja sorvete, batata frita e refrigerante.
Esteja eu gorda ou magra, seja eu alta ou baixa.
Eu me pertenço, eu me expresso em mim.
Cada diferente eu, num diferente dia.
Não me julgue, não me critique e não me condene.
Se não pode me entender, então apenas me deixe ser.