Deixar Ir
Já tem um tempo que escrevi esse texto...
Lá no fundo de todo homem há um desejo de guardar para sí. Como se as coisas possuíssem um valor maior nas mãos.
Guardei coisas que me foram dadas e ainda arrependo-me te-las aceito. Coisas que, realmente, eu não queria. E que não precisava. Inespecificidade é necessária quando não se quer ser incisiva.
Cada vez mais, quando olho para dentro. Enxergo algo, que não queria nunca ter visto. Algo, que vi quando me sentia subordinada emocionalmente à alguém.
Vislumbre de um futuro majestoso, onde as coisas funcionavam. Eu era apenas eu e você apenas você. Mas, a verdade é que eu não sei quem é você.
Agora, percebo que estou aqui e sou, quem eu sou! E você? Bom você não existe. Nunca existiu. Ou deixei você ir. Deixei você ir a tanto tempo que você sumiu. Desapareceu. Seu rosto é um borrão.
Logo, eu não posso estar subordinada à alguém que foi embora, que não existe.