Sabedoria, Ursinhos Carinhosos e Taoismo

Na segunda [ou terceira] vez em que li os poemas do livro Tao Te Ching, além de finalmente compreendê-los, também discordei deles quanto à conduta moral ali pregada. Sua doutrina é uma espécie de sabedoria pela metade, porque ensina ao indivíduo sempre se colocar no lugar do outro, tratando-o como igual, o que são, essencialmente, mas não de esperar que a recíproca seja verdadeira. Basicamente: trate ciclano com empatia, mas não espere dele o mesmo. Parece lindo no papel. Um nível absoluto de pureza. Mas... na vida real, essa doutrina tão popular, até instintiva para os mais altruístas, tem causado muita, mas muita dor de cabeça, já que, ao ensinar o altruísmo sem reciprocidade, está associando bondade à fraqueza. Resultado: pegue um livro de história [com filosofia ou pensamento crítico embutido] e veja por si mesmo, uma sucessão histórica de conflitos: guerras, ódios, injustiças... O indivíduo, pelo Taoismo ou pelo Budismo, se sente tão iluminado que se livra da responsabilidade de ''viver no mundo mundano'' bem como de se defender de tipos predatórios e parasitários. A partir daí, deixa o campo livre para que a crueldade sambe com liberdade e desenvoltura em cima das ossadas humanas [e de outras espécies], até chegando a desenvolver ''pena'' dos algozes, de que ''os mais cruéis são os maiores merecedores de compaixão''. SEI..

Quem também parece que segue essas filosofias parciais são os ursinhos fofinhos e perfeitinhos do desenho ''Ursinhos Carinhosos'', pois pensam que todo malvado é um ser que precisa de ''muito amor'' para voltar à luz do dia Com a sabedoria, e por seu modelo moral mais avançado, a reciprocidade proporcional, buscamos ser recíprocos, e isso significa de, inclusive, estarmos preparados para agir defensiva e agressivamente ...