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Eu vejo um Brasil crescido, apesar de tudo. Revestido de autoestima condizente com o sorriso das crianças que pedem na sinaleira. Vejo uma forte limpeza nos corações amargurados e na trama de suas relações. Vejo, uma plataforma de compaixões onde nem mesmo o mais pessimista consiga chegar. Eu vejo altruísmo, fé, construção e liberdade. Vejo o AMOR caminhar tranquilo e sem arestas. Vejo a necessidade do outro como sendo a minha e ambas são satisfeitas. Vejo a arrogância tomar posse da vergonha e levar sua cadeira embora para nunca mais voltar. Vejo a oração sincera e chorosa nos dias de extrema ansiedade e angústia, mostrando-nos que estar com Deus é melhor do que não estar. O que anda acontecendo é parte de algo maior e singelo, e se fomos escolhidos para permanecer e sustentar a energia de alegria do planeta? O país do futebol e do carnaval não teria outra missão. Resiliência. Sabemos muito bem que perder nada tem haver com não ganhar. Ganhar é continuar digno mesmo com os nossos péssimos governantes. Ganhar é não temer a possibilidade de que o erro determine nossos próximos passos. Somos criativos, artísticos. Brasileiro adora um adorno, seja no corpo ou no coração. Românticos por natureza, nos entregamos a um mar de obscuridade ainda deixando penetrar em nossas casas as piores energias sejam musicais, televisivas ou vizinhos inconvenientes. De certo que temos escolhas culturais e pessoais, mas o que fazemos com elas? E como delimitar que estas são certas ou erradas se de alguma forma todas são construídas? O livre arbítrio é o caminho do meio, única possibilidade autêntica de liberdade. Não sei como anda o seu,mas sorrir, sorrir é obrigatório. No retomar de minhas raízes descobri onde mora o cuidado comigo e com o outro, saudoso, estou de volta. Mas antes, me banhei nas águas de minha Terra Amazônica para afirmar meus votos e dizer ao mundo que no Pará tenho raízes, na Bahia, Antenas. E sim, Eu, apesar de tudo, vou continuar sorrindo.