A INQUIETUDE DOS POETAS

Os seres humanos, na sua individualidade, possuem uma extraordinária variedade de características pessoais, as quais se revelam nos dons que se expressam em todas as suas atividades. Quando um determinado dom é muito intenso e profundo, em um indivíduo, ele se torna natural e espontaneamente uma pessoa notável, destacando-se entre os demais, mesmo que ele não tenha essa intenção, e às vezes nem sequer perceba essa importância, que para ele não tem essa significação pessoal.

Os Poetas e os Filósofos, por exemplo, de um modo geral, são dotados de uma aguda inquietude no seu intelecto, cuja inquietude é pulverizada numa grande variedade de ramificações no âmbito das abstrações, na maioria das vezes, sem que consigam encontrar a definição que lhes satisfaçam as suas incursões intelectuais. Essas circunstâncias produzem o sofrimento e a angústia por não encontrarem as respostas que procuram com obstinação.

Nessa trajetória dos Poetas, muitas vezes, nascem poemas primorosos, que encantam todos os leitores que apreciam a poesia, como ocorreu com o Poeta Carlos Drummond de Andrade no seu magnífico poema “A Máquina do Mundo”, transcrito na página 8, no texto A Obra Prima do Poeta. Nesse esplêndido poema, por um incrível paradoxo, descortinou-se para o Poeta, o esplendor da Máquina do Mundo, mas a exaustão da procura inibiu a contemplação da sua Glória, pelo Poeta que estava cansado de “mentar”.

Assim como para o Poeta Carlos Drummond de Andrade, também para o Profeta Ezequiel, para o Sapateiro Jacob Boehme, e para este modesto Escritor, se descortinou a Glória da Máquina do Mundo. Felizmente estes não estavam cansados... Ezequiel, um fecundo Profeta do Velho Testamento; Jacob Boehme, que viveu apenas 49 anos, um fecundo Escritor; o último, apenas um pequeno Escritor do Recanto das Letras, com 17 anos de idade, após o Novo Nascimento.

Que surjam os Poemas, na senda das inquietudes... Avante Poetas!