O mal do mundo

Sem dúvida a característica mais notável que o ser humano expressa em seu comportamento é o incessante desejo de possuir, o desejo de ganhar, com uma ganância desenfreada. Só que enquanto um ganha o outro perde, e poucos se preocupam com a perda dos seus próximos. Pelo contrário, são meros adversários a serem derrotados. Quando se obtém esse tipo de vitória, é comum o vencedor se sentir alegre, satisfeito, pois obteve a fama, esse sucesso é motivo para celebração, com gritos histéricos enquanto o perdedor chora.

E mais uma vez o orgulho eleva o homem, só para que o tombo seja mais alto! Porque para perder, basta ter algo. Ninguém perde o que não possui, e quem em um dia ganha em outro perderá fatalmente.

Observe as passagens históricas da nossa sombria antiguidade, que ainda está tão fortemente ligada a nossa atual cultura. Identifique a raíz de todos os males que nos assolam feito bichos, as inimizades e ódios que derramam sangue entre os homens que se matam sem remorso, séculos de luto, criações de fronteiras que separam e destrói povos.

Reflita se não é o desejo frívolo de possuir que impera na mente dos dominadores das massas, dos poderosos nas ocasiões em que arrastam essa humanidade para o caos.

Soberba, vaidade e cobiça, quando é que essas palavras medonhas de interesse pessoal perderão a função de pulsar no coração dos homens, para serem substituídas por humildade, amor e bondade? E o que é teu e meu passarão a pertencer tão-somente a todos?

É evidente que será preciso que haja uma tremenda inversão de valores éticos no bom senso equivocado dos homens, para que assim nossos relacionamentos sejam alicerçados com a moral da igualdade em direitos e deveres, favorecendo o florescimento de uma verdadeira fraternidade entre as pessoas.

Ramon de Lima
Enviado por Ramon de Lima em 13/09/2019
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