O Cristo que conheço
"Me perguntam como posso falar de Cristo se sou um ateu declarado?
Como posso falar de religião se renego a fé?
Deve ser porque a religião é uma incrível metáfora que nos faz analisarmos como indivíduo e espécie e não como uma lista de dogmas que devo seguir ou vou pro inferno.
Não como uma verdade absoluta e irrevogável.
Deve ser porque os primeiros chamados como cristãos em Atos dos apóstolos foram por parecerem como Cristo e não por seguirem regras pré estabelecidas e cegas. Não existe Jesus sem Abraão e Moisés. Não me venha com essa de que Jesus seria permecivel e concordaria com tudo do mundo. No fundo, ele era judeu. Mas, acima de tudo, ele não era hipócrita. Ele não entrava em discursos e debates que não convinha com seu modo de pensar em agir. Jamais trairia seu eu. Ou seja, Jesus jamais usaria a bíblia pra seus próprios preconceitos. E, jamais viria com discurso de que a lei romana estava acima do seu caráter. Jamais trairia sua fé pelo discurso bandido bom é bandido morto. Entre ele ser morto e o outro, ele morreria. E, morreu, como diz São Paulo. O que isso nos ensina?
Ensina que ser cristão, um pequeno cristo, está além do eu. Está além da minha ideologia, das minhas emoções raivosas. Ser cristão está além do que sigo ou creio. Ser cristão é uma incrível metáfora do Leão que escolhe ser ovelha e ser sacrificado diariamente para que o outro viva. E, nesse ponto, esse Cristo não morreu em mim. Ele ressureto está."