Que Deus o tenha num bom lugar
Sim, parece que era mesmo fake news que o Bolsonaro teria câncer. Ao que tudo indica, o câncer é que tinha Bolsonaro.
A facada desferida por Adélio Bispo na verdade atingiu o câncer, que os médicos fizeram tudo ao seu alcance para salvar, tendo em vista que o câncer seria a melhor parte de seu ocupante, o presidente atual, recentemente eleito pela banda podre deste nosso Brasil varonil.
Ocorre que o câncer, pobrezinho, estava sendo lenta e inexoravelmente absorvido pela carcaça tóxica do vilanesco governante — ao que os doutores, que fizeram o juramento hipocrático de auxiliar qualquer um, decidiram agir sem demora — com o objetivo de dar, ainda que pequena, uma chance de vida ao câncer.
Acontece que, apesar dos esforços da equipe médica, concluiu-se que Bolsonaro teria muito mais vitalidade que o câncer, pois de acordo com testemunhas a infame criatura teria devorado, em plena cafeteria, um tumor com o viscoso acréscimo de leite condensado, o qual encontrou numa lixeira do hospital — tendo ainda a pachorra de pedir por mais. De forma que poucas chances teria o cândido e encantador câncer contra semelhante personagem, glutão e grotesco, de hábitos alimentares demasiado bizarros e abjetos.
Assim, decidiu-se o corpo médico pela eutanásia do inocente tumor presidencial, antes que o mesmo fosse corroído pela abissal malevolidade do governante em questão. O câncer foi cirurgicamente retirado e teve sua alma recomendada aos céus por um padre cristão — cujo elogio fúnebre emocionou toda audiência, levando às lágrimas muitos dos que presenciaram o comovente funeral.
Que Deus o tenha num bom lugar.