VIDA, TEMPO E DINHEIRO (2019)

A rigor, tudo custa dinheiro, e até o tempo não utilizado objetivamente representa perda de ganhos. O tempo, o bem soberano que nos ampara é a maior das virtudes, a grande magia, o grande encanto e componente basilar de toda a existência, é também, nossa incomensurável tragédia, por ser a fonte do pavor ímpar e absoluto subjacente e onipresente em todos os momentos de nossa consciência íntima, além de ser o pensamento diuturno mais rejeitado e suprimido, pois, sem tempo não há existência, e não fomos naturalmente concebidos oniscientes para aceitar o cessamento da nossa vida, ou sabermos quanto tempo nos resta.

O sistema da sociedade na qual vivemos onde a classe dominante, dona dos meios de produção, desfruta de todo o luxo que o dinheiro pode comprar explorando e vivendo do labor dos trabalhadores que lutam dia após dia pela própria sobrevivência, que vale menos do que o lucro e a concorrência, deve ser questionado e transformado num mundo mais humano, justo e solidário.

A sociedade é baseada e elaborada nas relações entre o dinheiro, o trabalho de muitos, a riqueza de poucos e a produção num capitalismo empedernido e descomedido, em que a classe dominante, dona dos bens, e o governo compelem uma inflação contínua, criando uma distância cada vez maior, dia após dia entre o segmento rico, abastado e a classe trabalhadora cujo segmento de classe média diminui continuamente, aumentando a desproporção social e econômica entre o rico e o pobre destituído de serviços básicos efetivos e operantes, e alvo de um salário impróprio para aquisição de bens, serviços e a própria manutenção da vida, dando a impressão de existir uma intencionalidade custodiada pela casta financeira como uma das alternativas contra a superpopulação do planeta.

Os pobres, confinados em seu condicionamento com poucas perspectivas, laboram muito para garantir o mínimo para a sobrevivência hoje e manter a labuta amanhã, morrem, e os ricos vivem pensando no próximo ganho.

A vasta riqueza acumulada de alguns, adquirida através da exploração indevida do trabalho de semiescravidão de muitos e pelas empresas que descumprem leis trabalhistas, amparadas pela inércia da Justiça, enriquece o patrão, mas, não honra o subordinado que tem menos valia do que o lucro e a concorrência calcada no petróleo, drogas, armas e corrupção, sem a devida distribuição justa de renda, e a valorização do trabalho pelo dinheiro, pois, a existência da pobreza torna possível a riqueza dos poderosos.

Hoje, R$ 1.000.000,00 é equivalente a 1002 salários mínimos nacionais de R$ 998,00. A expectativa de vida do brasileiro que é de 73,2 anos, que convertidos em meses equivalem há 876,2 meses. Todavia, quantos brasileiros comuns da atualidade atingem essa faixa etária em condições de privação, opressão e desespero?

Quanto tempo de trabalho é necessário para pagar um curso universitário e o material didático correspondente, comprar uma casa e as utilidades básicas, um carro e o combustível funcional, uma compra alimentícia, , tributos e impostos, uma roupa, um par de sapatos, uma diversão social?

Se analisarmos a questão do tempo e do custo para economizarmos o suficiente para adquirir os bens necessários às necessidades funcionais e pessoais, teremos que usar quatro operações matemáticas básicas, proporção, conversão e agregação de tempo e dinheiro, além de rever questões históricas.

Pela iniciativa, eficiência e outras habilidades de superintender o nosso tempo, em lugar de viver de salário a salário, devemos viver de momento a momento. Pois, em nossa realidade, sabemos que um dia chegará o nosso fim, e carecemos viver constantemente motivados com a mente aberta sobre o que faríamos se tivéssemos apenas um dia de vida.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 07/09/2019
Reeditado em 04/11/2023
Código do texto: T6739677
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