De onde vem o silencio
Na verdade, me quero chegar é passo a passo como dialogar com Deus, como conseguir uma harmonia perfeita com o meio em que vivemos e mesmo em meio ao barulho produzido pelo meio, estarmos sempre em comunhão com nossa essência, pois é importante nunca esquecermos que, sendo cada indivíduo, bom ou mal, só tem vida por iniciativa do amor da criação, que é o próprio Deus eterno em seu amor.
Então aqui vamos buscar juntos descobrir onde começa o verdadeiro silêncio que é em si mesmo, sutilmente, simplesmente, mas ponto de partida, primeiro passo de uma perfeita oração.
Quero aqui voltar um pouco em uma das passagens do evangelho de São Lucas:
"E aconteceu que, num daqueles dias, entrou num barco com seus discípulos, e disse-lhes: Passemos para o outro lado do lago. E partiram.
E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, estando em perigo.
E, chegando-se a ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, perecemos. E ele, levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se bonança.
E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem? "
Lucas 8:22-25
E durante a viagem Ele se pôs a dormir tranquilamente, nem o agito do mar conseguiu retirar dele o poder de estar na mais tranquila paz, Pai e Filho em comunhão pelo Espírito Santo, os três sentidos da vida em perfeito sincronismo com uma única direção.
Quanto todos apavorados em meio a tormenta que envolvia o barco, quando tudo parecia perdido em meio ao barulho gerado pela tempestade, sai do interior da barca em Cristo Jesus que apenas com uma ordem acalma toda aquela situação, tranquiliza casa um dos que ali estão.
Por vezes reclamamos de nossos fardos, das mazelas que nos rodeiam e acabamos por culpar tudo e a todos, mas não temos a coragem de parar e ouvir antes de falar.
É comum olharmos em todas as direções buscando encontrar de onde vem o barulho, a falação, deixando de olhar a verdadeira origem do barulho e por esse motivo deixamos de ouvir o som sutil da via de Deus.
Somos como carroças vazias que ao transitar pelos buracos da estrada faz um barulho imenso. Vamos sempre deixando para trás as cargas que deveríamos carregar e assim ficamos vazios e barulhentos como a carroça. É através do assumir as responsabilidades da vida que vamos adquirindo experiências e eliminando nossos medos, é encarando nossas mazelas entendendo nossa pequenez diante a sutileza do silêncio de Deus que vamos nos tornando fortes silenciosos a ponto de compreender e ouvir a doçura da voz do Altíssimo que ressoa no interior do nosso coração.
Quando aprendemos a fazer silêncio em nossa própria indagações, em nossas opiniões que a sabedoria de Deus começa a se manifestar em nós. Pois ele vem fortalecendo cada passo e acalmando o entorno a nós partindo do Centro de nosso coração.
Como ele acalmou o mar agitado nos em cima e da força para estarmos sempre em paz mesmo quanto em meio a maior tempestade.
O silêncio vem justamente do ponto onde eu tenho a coragem de me calar, de acabar com todo meu barulho e me ponho em uma posição de escuta. Então o silêncio vem através do poder que Deus nos dá de escutar de voltar nossa atenção à voz harmoniosa do Criador. Seria uma forma de silenciarmos nossa razão voltar nosso foco ao nosso interior observando os sons das batidas de nosso coração que é a prova mais concreta do amor que emana do criador por nós, em cada batida se espalham por todo o resto de nosso corpo um movimento chamado de vida, a cada batida se sincroniza o silencio do ar que respiramos com o que nos alimenta mantendo assim essa máquina perfeita que é nosso corpo em um funcionamento perfeito,
Nossa vida brota de movimentos sutis quase não percebidos, e sustentada pelo silencio do amor de Deus, então concluo aqui que o silencio nasce de nosso interior quando nos colocamos a escuta de Deus, o silencio vem do amor.
Temos aqui o primeiro e segundo passo para uma perfeita oração, um perfeito dialogo com Deus, Silenciar se e escutar.
Eduardo Batista