PENSO QUE PENSO DEMAIS...

Carrego como traço forte da minha personalidade o pensamento exagerado. Penso e repenso antes de qualquer atitude, escolha ou decisão. Enquanto penso, a vida acontece. Esse constante pensar, vez ou outra, acaba por interferir de forma contrária aos desejos do meu coração e atrapalha o desenrolar natural do curso da minha vida. Pensar, pode ser, quase sempre, uma característica positiva considerando sua ausência em muitas cabeças vazias. No entanto, tanto a escassez como o excesso do pensar, podem, igualmente, atrapalhar o resultado satisfatório dos acontecimentos. Quando, por exemplo, agimos sem pensar, podemos nos deparar com consequências desastrosas. Ou, se pensamos demais, diante de determinadas situações, podemos perder oportunidades. Às vezes, para sempre. Há momentos na vida, onde precisamos de menos pensamentos e mais atitudes. Com base nesse pensamento; me pergunto: Até onde o pensar exagerado interfere em nossas vidas? Até onde o repensar pode, de forma positiva, afetar nossas decisões? Muitas vezes, respeitando um modo de pensar, (dentro da caixinha) hostilizei meu coração. Tantas vezes, abrindo mão do meu próprio pensamento, respeitei o pensar do outro. Tantas outras vezes, repensei meu próprio pensamento colocando-me em segundo plano, evitando assim, fazer sofrer pessoas que eu sequer, conhecia. Tantas vezes, pensei mais no outro do que em mim. E nesse empático pensar, fiz feliz o outro colocando em dúvida a "Lei da Reciprocidade"; faça feliz o outro e serás também. Ok, muito me alegra poder fazer feliz o outro, mas sigo pensando...até quanto a felicidade alheia importa mais do que a própria felicidade?

Elenice Bastos.