"Tenho que compartilhar"

"Tenho que compartilhar", é uma coisa feita que ninguém mais faz, pensar. Ninguém mais que eu conheça pensa por si próprio, há de ter uma fake news por detrás de um pensamento político, e há de ter uma manipulação por detrás de uma relação.

Pessoas não se relacionam mais inclusive, elas se falam por bytes de dados ou não se falam. Nada é alvo de reflexão e nem de repaginação, aliás, quando se tem o termo 'página' entre as palavras, é melhor nem ler por que cansa a vista.

Curte-se muito os outros, curte-se pouco a si próprio. Há muito (des)amor nessa sociedade, muito (des)apego por "medo de se magoar", por isso há tão poucos poetas, se vive pouco, naturalmente há tão poucos leitores, que diferença faz ler ou passar a tarde vendo a vida social dos outros?

Em meu tempo viver não ofendia tanto...parece até que passou muito tempo, mas passou. Ontem quem eu amava, continuo amando, por isso meu tempo não passa, o amor não acaba, mas o erros são reconhecidos por quem ama de verdade e as deculpas são aceitas para que a sociedade não adoeça de 'medo de amar' e o seu doentio ódio...E o tempo hoje voa por isso, enquanto eu fumo pra estragar o pulmão e a saúde, consciente dos males do cigarro...vivo mais do que alguém está na academia para tirar fotos e mostrar que é bonito ou consegue ser algo que nem queria, mas faz por modismo. E as pessoas ainda se perguntam por que eu amo alguém do passado?

O Passado nesse tempo que passa tão de pressa e voltado a mostrar a ser o que não é ou voltado a viver a vida dos outros por uma tela, magnetiza tanto as pessoas, que as deixam verdadeiramente abestalhadas para o tempo que está passando, o tempo real, seu único tempo, determinado por sabe-se lá o que, ou quem.

E o tempo não para, segue passando, até o para mudou a forma de se escrever e os jovens não sabem mais como parar de querer ser ao invés de viverem a vida e olharem no espelho e acabarem notando que...acabaram sendo, é assim que se é, é assim que se vive...não segundo mandam os outros, mas segundo o que nós pretendemos, independentemente do que vá nos custar, assim de fato viveu Bob Kennedy, Lady Diana Spencer...Ah, mas morreram. Sim, morreram, mas você também vai morrer, e eles passaram o ruim e o bom, pois viveram não segundo alguém ditou, mas segundo suas vontades.

Eu não invejo a ninguém, não há ninguém tão grandioso que hoje eu queira ser...a sociedade é uma grande besteira, não existe, é criada conforme nossas cabeças acreditam nos seus costumes, de andar armado, de não andar, de ser violento, de não ser, de amar ao próximo ou não amar, de perdoar ou não perdoar, de odiar ou não, de seguir em frente como eu segui mesmo amando alguém do passado que nunca ninguém substituiu...Isso não faz dela forte, isso faz de nós todos insubsituíveis em especial quando temos personalidade e não somos fantoche de valores sociais mortos e desenterrados por todos os 'ismos' que vocês possam imaginar.

Talvez haja um fim pra isso tudo, mas o por enquanto é tão ácido quanto é o começo, a primeira respiração. Nada vai durar para sempre, mas eu digo que saber aproveitar é medir as consequências do que se está fazendo pois o arrependimento não nos trará de volta o passado, poderá quem sabe fazer um novo destino, mas as marcas que irão ficar pelo abandono de tudo que nos importa é que vai fazer com que todos compreendam a saudade do passado.

Se preparem para as suas marcas!

Clóvis Correia de Albuquerque Neto
Enviado por Clóvis Correia de Albuquerque Neto em 31/08/2019
Código do texto: T6733660
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