Manumissão

Apegamos-nos tanto ao amor, quanto à pessoa que o gerou. há pessoas que se sentem triste por não conseguir libertar-se de uma certa pessoa. Mas sem perceber, não querem se libertar de uma lembrança, ou, de um espaço de tempo que, foi vivido, que passou a ser de valor incalculável, e de qualquer forma torna-se algo de apego. Isso é parte de nós. Sempre queremos renunciar. Mas para isso, é preciso abrir mão de algo que, foi valoroso por um tempão, que de certa forma entrançou em nosso ser, que só com um esforço é admissível libertar-se.

É uma dor amena, quase insignificante. Talvez, seja por isso que costuma durar mais que um joelho ralado, de fato. É uma mágoa que nos confunde. Aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava em dados quantitativos: eu amo, logo existo.

Exonerar-se de um amor, é despedir-se de si mesmo. É o efeito de uma história que, terminou,extremamente sem nossa concordância, mas que também precisa sair da gente.

Naama Galvão
Enviado por Naama Galvão em 28/08/2019
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