Tânia
Não, não quero suicidar
Só sinto saudade de não-ser
Não reclamo do que é
Mas que estranha nostalgia
Do passado que nunca foi
Porque era antes do tempo
E que agora já não lembro
Maldito gole do esquecimento.
Apesar de pesar no peito
A saudade que chama aperta
Essa tranquilidade perfeita
Perfeição incriada e quieta
Sobre si mesma dobrada
E eternamente-deitada
Em seu berço-túmulo-útero-nada.
Que saudade do que eu era
Antes de Deus me criar
Ah, que saudade do rosto
Que eu tive antes de nascer.