Tânia

Não, não quero suicidar

Só sinto saudade de não-ser

Não reclamo do que é

Mas que estranha nostalgia

Do passado que nunca foi

Porque era antes do tempo

E que agora já não lembro

Maldito gole do esquecimento.

Apesar de pesar no peito

A saudade que chama aperta

Essa tranquilidade perfeita

Perfeição incriada e quieta

Sobre si mesma dobrada

E eternamente-deitada

Em seu berço-túmulo-útero-nada.

Que saudade do que eu era

Antes de Deus me criar

Ah, que saudade do rosto

Que eu tive antes de nascer.

Chrystian Revelles
Enviado por Chrystian Revelles em 27/08/2019
Reeditado em 27/08/2019
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