E com minha beleza cabocla...segui em frente

Uma beleza que nunca seguiu padrões

Uma beleza um pouco mestiça sim

Em uma cidade fria, nunca muito bem admirada ou mesmo compreendida

Muitas vezes, por mim mesma

O que me fez tantas oportunidades deixar de aproveitar

Uma beleza singular, única, diferente

Que é profunda assim como a Bacia Amazônica

Embora viva em um cerrado

Que coisas de fora fica a admirar

Sim, uma beleza, por tanto tempo contida...

Em função de querer se adaptar

ao mundo das revistas de moda

E ser, assim, aceita

Como se isso fosse a minha própria felicidade trazer

Ou mesmo algum tipo de paz me fazer conquistar

Afinal, a beleza cabocla, por mais miscigenada que seja

Não é padronizada, não é rala, não é superficial,

Muito menos menos se contenta com pouco

Por mais que lute, com todas suas forças

Para um lugar ao Sol...conquistar

Sim, muitas vezes, nessa luta...

Acaba se isolando ou sendo isolada...

Fazer o quê??

Afinal, uma beleza selvagem...pacata não quer ficar

E, com essa beleza, por vezes, subjugada, isolada, tolhida

Em uma cidade deveras fria e elilista

Segui e ainda sigo em frente

Evitando mascarar um lado caboclo que em meu coração

Sempre ficou a morar