CAOS DIGITAL

O benefício da separação entre nações autônomas surgiu a partir dos meados da Idade Média, quando líderes cultos delimitaram as fronteiras de seus territórios os tornando em países autônomos, com sistemas monetários avançados para construir infraestrutura e propriedades adaptativas próprias com exércitos poderosos para proteger seus interesses e sua economia, elaborando tratados com outros países criando o sentido de nacionalidade e nacionalismo para preservar as culturas nacionais, enquanto concebiam novas indústrias, consequentemente criando a competição entre os países e melhorando a qualidade dos padrões de vida.

Criada no final da década de 1960, a internet, que pode ser considerada o grande fenômeno tecnológico social da modernidade, atualmente constituída por milhões de redes privadas, é capaz de acessar, trocar e acumular informações sobre qualquer tema, horário e lugar do planeta, acessível para todas as residências e empresas do mundo, até 1993, era somente usada por governos e finalidades acadêmicas.

Com a conectividade sem fronteiras, iniciou-se a transição dos sistemas nacionais para esquemas globais, forçando países a afirmar seu papel na comunidade internacional mudando a concepção das maneiras tradicionais de definir uma nação e corrompendo o valor da cidadania, cujos integrantes tornaram-se muito mais móveis buscando autonomia e independência dos sistemas, normas e geografia.

Em meio à esfera da tecnologia da informação, como um limiar para a era da comunicação, devido à vasta e diversa quantidade de informação, nos encontramos expressamente e metaforicamente envoltos e bombardeados com um gigantesco conjunto de dados e conhecimentos organizados em muitos formatos, desde a informação correta à ficção, com a imprescindível imposição de separar a verdade do pós-verdade e os fatos de referências alternativas, além da desinformação, com grandes empresas de tecnologia desempenhando mais influência do que a maioria dos países, quando muitas situações críticas ocorrem onde as necessidades de um país e as conveniências de um negócio colidem.

É estimado que existissem 5 bilhões de celulares em uso, com 40% da população mundial participando de redes sociais, onde a privacidade e a convergência de grande parte da dinâmica dos feitos e acontecimentos mundiais está custodiada e cativa pela necessidade central da continuidade e a progressão da funcionalidade estrutural do complexo organizacional criado pelo ser humano.

Poucas pessoas realmente entendem o espectro completo da privacidade, que se encontra no limite da tecnologia em evolução e tem como oposto a transparência. Muitos, principalmente aqueles em cargos de governo e autoridade pensam que, quanto mais souberem sobre tudo e todos mais seguros estaremos, o que foge à lógica, pois, perderíamos a nossa capacidade de propriedade, que é uma das premissas básicas sobre a qual o mundo opera.

Apesar dos constantes avanços tecnológicos que exigem a atualização contínua de novos sistemas de intimidade particular, não foi conformado, ainda, uma delimitação legal, tecnológica e cultural protetora exata para o indivíduo. Ao mesmo tempo, corremos o risco de cada nação decidir suas próprias políticas públicas sobre a privacidade em detrimento do cidadão, que poderá perder a sua habilidade de possuir coisas.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 22/08/2019
Reeditado em 28/08/2019
Código do texto: T6726423
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