A maravilhosa sensação de errar
A capacidade de se perder e reencontrar durante a estrada da vida é a nossa mais dura lição. Somos, na maioria das vezes, criados para sermos heróis, superpoderosos, criaturas capazes de viver eternamente felizes. O desastre é acreditarmos nisso tudo, e mais, é fazer reverberar nas práticas do cotidiano. A vida é complicada, complexa, miscelânea. Então, qual a questão? Parece básica, mas não é. Respeitar os seus limites pode ser mais difícil do que pensamos. É preciso chorar quando necessário, pedir perdão quando oportuno, é preciso se dar o direito de errar. Precisamos nos dar o luxo de errar, de exceder, por que? Porque somos esse ser falho, limitado, que as vezes é magoado e magoa. É um narcisismo achar que sempre temos de estar bem ou viver demonstrando que estamos bem. Quem vive assim está iludido, comprometeu a racionalidade. Qual a percepção final? Reconhecer as dicotomias do ser humano. Ora se é santo ora se é profano. Você só reflete nos intervalos quando muda de um para o outro. E no percurso da vida vamos criando os deuses e os demônios, que na verdade, se olharmos no espelho, eles carregam nossos traços, nossos gestos e nossas indagações. Permitir-se ao erro e ao acerto é ter a oportunidade de se conhecer um por cento.