O espaço que inventamos, nos invental!
A educação e os seus profissionais vivenciam um intenso paradoxo no âmbito escolar, ao ser indagado sobre a proposta pedagógica sempre blasfemamos o clichê de que nos preocupamos com o desenvolvimento integral do discente e buscamos transformá-lo em um cidadão ativo, consciente e crítico. Porém, possibilitamos esta transformação?... Encorajamos os discentes a terem criticidade, ou rompemos seu pensamento pedindo silêncio quando buscam compartilhar suas experiências, dúvidas, discordância de maneira desordenada, no ato da explicação dos conteúdos?
Que discrepância, não é? Como instigar a liberdade de pensamento, a autonomia se sempre temos o desejo de conduzir todas as ações, desde a organização da fila, a condução de um recado ou a colagem de um bilhete na agenda. Sim são atitudes simples, mas que demonstram a necessidade dos discentes serem independentes, de “caminharem com as suas próprias pernas.”
Só falta pedir que os educandos batam continência, pois já andam em fila e aí daquele que se corromper da ordem, já sentam em fileira e esta só se desfaz mediante a uma necessidade, ou uma estratégia diferente que será aplicada, pedem autorização para irem ao banheiro, para beberem água, para brincar, entretanto, ainda os restam à liberdade de pensar, porém esta de maneira limitada, afinal muitas vezes quando não ouvimos ou lemos a resposta que esperamos a consideramos errada, não valorizando assim o processo realizado pelo o indivíduo e sim o resultado, que também não foi o esperado, ou seja, ou erro não se torna construtivo mesmo.
É mais que necessário sim, reinventar o espaço escolar, porém diz respeito uma transformação desde o espaço físico ao modo de pensar das pessoas que compõem a equipe pedagógica, de modo, que vivam e exerçam o papel de facilitador do processo ensino aprendizagem, rompendo verdadeiramente com a educação tradicional, não somente no aspecto que o educando era unicamente ouvinte, mas sim que seja verdadeiramente ou autor da construção de seu conhecimento, de que tenha voz, participe, opine que seja livre, logicamente não que a escola se torne um lugar sem regras, organização, mas sim que tenha um caráter de escola e não de um aprisionamento.
Parceria, criatividade, inovação, humanismo, a escola deve está propensa desta e outros determinantes, para que ocorra sim uma aprendizagem não somente para realizar atividades avaliadas, mas sim voltada para a vida, que a proposta pedagógica, o currículo pedagógico seja voltado e executado partindo do pressuposto que pessoas livres, com imaginação, energia, curiosidade a cem por hora irão vivenciar estas possibilidades e com a todo o momento visam à emancipação para toda a sua vida e não um aprisionamento.
As escolas atualmente estão reinventando ou aprisionando o aprendizado? Basta analisar a atual arquitetura escolar e será possível perceber que muitas escolas não disponibilizam salas com ambientes diversificados, como por exemplo, nas propostas de escolas de Teixeira que existiam salas especiais para música, recreação e jogos, leitura e literatura, entre outras áreas.
O espaço físico deve ser seguro, amplo e com diversidade de ambientes, ou seja, um ambiente de múltiplas interações.
A infraestrutura da escola é reflexo do projeto politico pedagógico que ela quer implantar, ou seja, o que se quer dessa aprendizagem, mas também não adianta ter uma escola com diversos ambientes escolares e estes não serem explorados. Contudo, é necessário como mencionado acima a atualização do PPP.
Certo dia, uma professora e eu estávamos conversando e ela contava que prefere que seus alunos brinquem sentados, para que não se machuquem. Cabe lembrar que ressignificar o espaço escolar, é repensar o relacionamento da escola com seu entorno.