Você já teve um divã?

Eu tive em você a minha melhor e pior versão, aprendi que você era eu e eu era você, éramos nós. Desajeitados, desasjutados, certos, errados, cheios de doenças psicossomáticas.

Nos conhecemos doentes, não era contagioso, mas capaz de nos machucarmos pelas nossas próprias feridas e quando nos machucavamos nos feriamos, e a culpa era de quem?

Nossos corações são grandes demais para nós.

As nossas noites de carinho, de risadas boba, passaram tão rápido que nem vi, nem me dei conta, quando me dei conta já não tinha você e você já não me tinha.

Senti saudade e talvez você também sinta saudade.

Acho até que sonhas comigo, dormindo ou acordado.

Já chorei e chorei, pois você já não era eu e eu já não era você.

Chorei porque não existia nós, nem eu e nem você,

Foi rápido demais.

O teu olhar profundo e misterioso sobre mim, me

deixava suscetível.

Eu...

Fluía como uma pena leve levada pelo vento que envolto pairava sobre teu calor humano e me fazia te desejar despretensiosamente e de forma verdadeira, com o teu eu dentro de mim nos consumavámos, e de forma passageira éramos só eu e você e aquele momento que se tornaria passageiro mas para sempre dentro de nossos corações de forma única e eterna que ficará nas nossas melhores lembranças.

Adorava adormecer em teus braços.

Me Sentia desconhecida por me sentir assim tão a vontade, tão confortável e livre. Éramos tão, tão, singular...Erámos nós...

E lá estávamos nós perfeitamente imperfeitos outra vez,

certos de que nos queriamos e incertos do amanhã. Nunca sabiamos como estariamos no dia seguinte.

As vezes chegava a pensar que gostavas de mim, mas tinha atitudes de repúdio.

Como poderíamos ser tão amor e tão ferida?

Você era o meu divã preferido, tinha a magia de entender

o que eu mesmo não entendia, me decifrava com olhares profundos e me envolvia com suas teses e devolutivas sobre mim.

Você foi meu...

Meu melhor divã.