ESSE CARA SOU EU
Max Erik Tegmark, nascido na Suécia, é Físico, Cosmólogo e Professor no Massachusetts Institute of Technology – MIT, e tendo em vista a concepção da sonhada Teoria de Tudo, perseguida freneticamente pelos Cientistas há mais de um século, ele radicalizou a visão de Platão, de que as ideias existem independentemente da nossa capacidade de conhecê-las, e que toda e qualquer teoria que se proponha a explicar tudo, deve considerar que no mundo das ideias estão todas as explicações, o que se compatibiliza com o pensamento de Einstein, que afirmou: “Não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das Leis do Universo – o único caminho é a intuição”. Assim sendo, toda e qualquer formulação matemática já existe fisicamente, mas em potência. *“Porém, o único senão é que esse Universo talvez não tenha nenhum habitante com consciência, capaz de descrever seus fenômenos físicos. As próprias condições para a vida, na sua evolução, especificarão as equações que governam nosso Universo, e nos dirão por que nenhuma outra lei é válida ou aplicável”, afirma Tegmark.
Na verdade, tivemos sim um habitante aqui mesmo na Terra, que descreveu todos esses fenômenos físicos há 395 anos, mas ninguém conseguiu compreendê-lo e muitos não acreditaram nele. Ele se chama Jacob Boehme (1575-1624), e era um simples e humilde sapateiro alemão, talvez por isso o descrédito. Como a Humanidade é “casa rebelde” (Ezequiel 2;3 a 10) e não costuma mudar, imaginamos que se Jacob Boehme voltasse para a Terra e, preenchendo o “único senão” de Tegmark, dissesse: “Esse Cara Sou Eu”, nem Tegmark nem ninguém daria crédito a ele, porque, apesar de decorridos quase quatro séculos, ainda não poderiam compreendê-lo, e lhe diriam com arrogância: “não vá o sapateiro além das sandálias”. Tegmark e os demais deveriam ler (João 14;26 e 16;12 a 14) (I Cor. 2;14,15) (I João 2;27). Então eles acreditariam em Boehme e diriam, finalmente: * “Esse Cara é o Boehme”.
A Verdade é como uma corrente, onde os seus elos são as “verdades parciais”. Mesmo entre os privilegiados pela Graça, para a grande maioria deles é concedido apenas o acesso aos elos individualizados, e estes são os dons espirituais, conforme (I Cor.12;1 a 11). O ÚNICO Ser Humano ao qual foi concedido o acesso à corrente quase inteira, é o sapateiro Jacob Boehme, e não se conhece outro igual. A síntese das conclusões de Boehme, vertidas para uma linguagem atualizada e direta, dando espaço à evolução e incluindo a ilustração, contém os últimos “tijolos” que honrosamente acrescentamos à ampla construção theosófica de Boehme, e encontra-se no Tratado “Dez Breves Lições da Theosophia”, na página 5 dos textos da nossa Escrivaninha.
Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e anularei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o instruído? Onde está o questionador desta era? Por acaso Deus não tornou absurda a lógica deste mundo? Visto que na sabedoria de Deus, o mundo por sua própria sabedoria não o conheceu, foi do agrado de Deus salvar os que creem por meio do absurdo da pregação. Irmãos observem o vosso chamado. Não foram chamados muitos sábios, segundo critérios humanos, nem muitos poderosos nem muitos nobres. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas absurdas do mundo para envergonhar os sábios; e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que não são para reduzir a nada as que são, para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus. Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós sabedoria da parte de Deus, justiça, santificação e redenção, a fim de que, como está escrito: Quem se gloriar, glorie-se no Senhor. (I Coríntios 1;19 a 21, e 26 a 31)
A busca pelo conhecimento de Deus é imprescindível (Mateus 7;7), do contrário restará a resignação na posse de uma fé imprecisa, turvada pelo “véu de Moisés”, pois alcançado o conhecimento de Deus, oriundo exclusivamente da Misericórdia do Pai, do Amor e da Graça do Filho, e da Unção do Espírito Santo, este absorve e encampa a fé, tornando-a desnecessária como um instrumento em separado, pois quem sabe não mais necessita da fé, que está incorporada ao conhecimento. Nesse desfecho, desaparecem as incertezas das especulações, substituídas pelas certezas das afirmações, tal como nas obras de Jacob Boehme. Entretanto, esse conhecimento é pessoal e intransferível, pois só pode ser compreendido pelo espírito, como se observa em (I Coríntios 2;14,15), o que produz uma certa solidão espiritual.
O desenvolvimento dessa procura pelo conhecimento de Deus, ocorre de forma diversificada entre os seres humanos. O problema maior que atrapalha e dificulta a evolução das percepções que deveriam se escoar pelo canal intuitivo, são as ideias pré-concebidas, as quais constroem as convicções, e estas, pela arrogância peculiar dos seres humanos, se tornam imutáveis, ao invés de serem flexíveis e sintonizadas com a sua própria evolução. Nesse contexto, surgem os “cegos e surdos” por convicção, e eles são os que não sabem, e não sabem que não sabem.
Esses “espécimes” estão divididos entre os “cristãos de boca” que alimentam a chamada “fé de boca”, baseada na literalidade da letra, e na interpretação dos escribas sofistas engajados nas religiões. Muitos se tornam fanáticos (são os fariseus), adoradores de estátuas, santos, tradições, etc., etc., e eles não conseguem construir a sua própria autonomia, pois Deus não precisa de intermediários. A outra parte dos “espécimes” é composta dos descrentes, que também se agarram às suas convicções imutáveis, baseados na ciência da racionalidade e nos seus gurus do ateísmo. Também estes não buscam a sua autonomia e se orientam pelos seus guias da lógica materialista. Ambos não conseguem perceber que são enganados e explorados pelos seus intermediários, que ganham muito dinheiro às suas custas.
O caminho para os dependentes de religiões e para os dependentes dos gurus do ateísmo, é a busca pela sua emancipação pessoal, independente, através de estudos isentos de fanatismos e pré-concepções, da Bíblia e dos livros em geral, relativos ao gênero espiritual, procurando construir o seu próprio conhecimento, sem vinculações e ou dependências de pessoas ou instituições.
Além desses elementos externos, temos o canal principal que é o nosso interior, onde a meditação e a melhor administração do pensamento são de fundamental importância. Aqui temos os nossos hóspedes: o Espírito da Natureza, o Espírito do Bem e o Espírito do Mal, se revezando na tentativa de conduzir os nossos pensamentos, atitudes e ações, competindo-nos escolher qual dos três deve gerenciar a nossa hospedaria. Nesse contexto, dependendo das nossas opções, ou avançamos no calor espiritual do Bem, ou ficamos “encalhados” na temperatura morna da Natureza, ou retrocedemos para a geladeira espiritual do Mal.
Essa é a conclusão da nossa jornada, na cadeia de transformações determinadas para o Terceiro Princípio inteiro: 33,3% (Espírito do Bem) para o calor da LUZ na Energia Centrífuga, transformados em Corpos de Luz, e 66,6% (Espírito da Natureza, a besta que subiu da Terra + (mais) Espírito do Mal, a besta que subiu do Mar) (Apoc.13;18) para o frio e a acerbidade das TREVAS, dissolvidos na Energia Centrípeta, como um copo d’água no oceano.
Sobre a Luz e as Trevas:
Mateus 13;43 / II Coríntios 4;6 / Efésios 5;8,9 / Hebreus 11;3 / Filipenses 3;20,21 / Daniel 12;3,4
Sabedoria 3;7 / Isaías 26;19 e 45;7 / Salmos 139;12
Pensamento:
A verdade é muitas vezes, simples demais para que lhe deem crédito.
Fanny Lewald