Juntos

Caem as lagrimas rasgando meu rosto cúmplices das malditas rugas que me esbofeteiam a alma.

Ta certo que algumas gotejam dolorosamente como se esmurrassem uma ferida aberta mas, elas também são como amigas traiçoeiras que tem me feito companhia nas minhas noites terríveis de fome.

De repente ouço passos. São eles! Estão vindo!

Será que ouviram os meus gemidos ou meu estômago gritou mais alto?

Eu os vejo daqui do alto do morro, eles sobem alegres e no firmar de pernas parece que não vão desistir , estão pisando em lamas como se pisassem em ruas de ouro.

Seus rostos trazem mensagem de paz, nas mãos a esperança de matar nossa fome de hoje e talvez de amanha também.

Eles não trouxerem cameras , não tem platéia os aplausos foram suspensos...

O que se chama púlpito são caixotes amontoados como obra prima moldadas por suas próprias mãos.

Xiii,

Silencio...

Ouço uma bela música dedilhada de um rústico violão que suplica a última corda.

Agora, vem o banquete.

A palavra real e revelada servida em um velho livro de capa preta. O cristo nela, aquele que andou por um povo simples e pecador como eu.

E dizem eles com veracidade , falam de um amor na íntegra, sem delongas, sem discurso vazio misturado a eloquência, trocam a teologia pelo cristo, sem sons de violino apenas a palavra na sua beleza plena e pura.

No fim, volto a chorar mas agora de alegria porque eles estão indo embora mas deixaram o que mais necessitado, Cristo apenas .

Alessandra de Oliveira

Alessandra de Oliveira
Enviado por Alessandra de Oliveira em 01/08/2019
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