A ARTE DE VIVER
Na arte de viver é quase uma regra buscar o extremo. Pois é através dele que acessamos o inesperado, o imprevisível de qualquer novidade. A extremidade é sempre a margem, o ponto de fuga, de algum lugar que nos acomoda. Só progredimos onde há fuga. Que outro sentido pode ter a experiência do devir, do além do agora, como um campo múltiplo definido pela potencia do virtual? Não há conhecimento do viver que não afirme instabilidade e incerteza. Aquele que se conforma a qualquer variação de si mesmo, que se fixa em um dado agora, escapa a sua própria vocação como vivente, perde qualquer possibilidade de experimentar-se como um corpo em constante estado de mutação.