A música e a vida

A música e a vida tem pelo menos uma coisa em comum, ambas devem ser apreciadas, e quando fazemos isso unindo os dois tudo fica leve e inesquecível. Não vale a pena ouvir musica apenas por ouvir assim como não se deve viver por viver, que sentido teria se for dessa forma? Creio eu que nenhum. Para mim até o silêncio é um tipo de música, aquela que te leva a busca por reflexão, que vai colocando ordem no emaranhado de pensamentos que causam um cenário caótico em virtude de nossa vida, muitas vezes turbulenta.

Há momentos que a música me leva a um estado de leveza tão grandioso que sinto como se estivesse flutuando, desfrutando de uma paz que acalenta cada parte de mim como se não houvesse nada que pudesse me tirar do eixo. Há circunstâncias contrárias como quando sou exposta a uma aventura cuja carga de adrenalina anseia por um trilha sonora a altura das sensações que ela provoca ao invadir nossa corrente sanguínea nos levando a um estado de êxtase monumental.

E quem já teve a sensação de quando uma canção surge em um instante qualquer e você se transporta mentalmente a um lugar cuja paisagem combina perfeitamente com ela. Como Girls Just Wanna Have Fun da Cyndi Lauper e você pensa estar numa base pra helicóptero no alto de um edifício onde as rajadas de vento movimentam e assanham seu cabelo.

E quando você deita e começa a lembrar da sua infância, cujo estilo musical, pra você, é muito satisfatório, não vale julgar, pois ali era o começo de tudo, e como tudo na vida precisamos experimentar até chegar a um nível certo. Depois surgem as audaciosas escolhas da juventude e por fim a fase adulta e estamos quase chegando lá. Até aí já há bastante história e é nessa fase de nossa existência que aprendemos a viver a vida como uma degustação onde se sente cada pedacinho de alegria e tristeza, amor e raiva, afinal o que importa é o aprendizado que adquirimos e que nos faz o que somos.

A música e a vida são como uma fita dupla de DNA, se entrelaçam, firmando uma relação de dependência que nos proporciona momentos paradoxais de calmaria e intensidade, de inocência e malicia, de desespero e tranquilidade. Ela me devolve a vontade de sorrir e falar sem parar, de me manter quieta ou sair sem destino, de querer alcançar tudo o que o que quero ou simplesmente de ficar ouvindo ela sem nenhuma pretensão.

Juliana Cardoso
Enviado por Juliana Cardoso em 31/07/2019
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