Encerramento Sem Pretensão

Cada fibra do meu corpo dói.

Cada centímetro da minha alma estremece.

Minha garganta sufocada ilustra a respiração contrária.

O processo contínuo. A raiva, ódio.

Olhar fixo. Palavras que não encontram sua pronúncia, mas demonstram nos gestos.

Nada mudará. Desprezo. Aversão.

A visão se torna oposta. O desejo agora é repulsa.

A bebida digerida de uma forma nunca antes sentida.

Tudo se clareia em uma enorme escuridão sem dimensões.

Frases agora se tornaram vazias e meras ilustrações, ocas por dentro.

Acabou.

A transpiração do corpo, os músculos contraídos. A tensão.

Nunca existiu. Simples e direta ilusão.

O mundo é outro.

Eu disse nada mudará, mas tudo mudou. Mudei.

Só quero de volta o que já era meu.

E isso não incluí mais o atual.

Quando tenta-se demais, às vezes não se chega a lugar algum.

E não é vergonha andar uns passos para trás e pensar que aquilo nunca existiu.

Pois quando nos perdemos em algo, fingimos que não entendemos.

E nesse meio tempo, as dúvidas começam novamente,

Nem sempre as respostas nos encontrarão no final.

Porém, enquanto isso, não podemos fazer de conta.

Dessa forma, tudo desaba, pois quando nossa cabeça trair nossos corações, apenas fingimos o que já não é mais real.