a cabeça virou
A barba por fazer,
A camiseta surrada,
O chinelo solto no pé,
A calça de moletom,
era só um outro domingo qualquer até que ele a viu.
esqueceu as chaves e a carteira. ligou para ela ali mesmo, no estacionamento. voltou.
pegou as chaves. e a viu novamente, lembrou da carteira.
ele perdia o norte quando a via, mas não era como das outras vezes... era diferente.
ele sabia que estava sendo diferente.
ele pensava nela durante o dia.
falava com ela de manhã, de tarde e de noite, sem pudor.
ligava para ela ainda, sentia como se precisava ouvir a sua voz surrada do outro lado da linha.
enquanto a chamada era completada, ele lembrava da última sexta que dividiram bons momentos juntos.
ele sentia uma vontade louca de amarrá-la do seu lado, e a mesma vontade de acariciá-la.
ela era fogo e desejo. ele era paixão e sossego.
ela sorria para ele. ele sentia que era dela.
o toque da pele dela deixava-o completamente desconsertado. sentia que ia perdendo seus sentidos, todos, um a um iam pelo chão.
no chuveiro quente ele respirava fundo, mas foi num inspirar e expirar que ela entrou porta adentro.
o vapor do chuveiro embaçou os vidros do box pequeno, o corpo dela ainda suado e o dele molhado.
ah, o sorriso dela. ah, os olhos que ele não tira dela.
ensaboar o corpo dela era o ato mais singelo para aquele momento.
com carinho sentia a sua pele sob seus dedos, enquanto ela tomava cuidado para que não molhasse seu cabelo.
a toalha fica tão bem enrolada no corpo dela, ainda que ele a prefira sem roupas ao seu lado.
ela não quer carinho, mas tudo que ele quer é esse lancinho.
fecha os olhos e adormece. torcendo que a noite passe rápido e lá fora o dia brilhe.
porque ao lado é onde ele quer estar.
Um grande beijo no teu coração, e até o próximo post.