Dor
Hoje não consigo ser irreverente. Não consigo brincar. Não consigo sorrir.
Sempre que morre alguém da gente a alma fica assim: amputada.
Gosto de brincar com os amigos, gosto de falar brincando e procuro ser divertido. Sempre procuro ser o mais agradável possível, mas hoje a tristeza é minha companhia e sufoca minha alma.
Um dos meus amores se foi para sempre e nunca mais a verei.
Como dói, aqui, dentro. Como dói.
Uma dor que não quer passar nem suavizar. Uma que mata lentamente como o câncer.
Meu coração calejado está de tanto chorar. Antes mesmo de sarar de uma ferida, outra nasce ainda maior. Pobre coração está dilacerado. Desse jeito vai morrer antes do tempo e me levar com ele.
Que a alegria de viver, que a maneira alegre de ser volte logo para sarar este pobre coração que chora o sangue derramado.