Quem é ela?
“Quem é ela?”, perguntou um amigo depois de bicar a cerveja. Olhei para os lados procurando alguém e fiz uma cara de quem não estava entendendo nada. “Esse sorrisinho que você dá olhando pro celular, só pode ser uma garota”. É, tinha ela, o sorrisinho era culpa dela, mas como eu posso responder sendo que nem eu sei direito, se aquele fake era mesmo ela. Mas eu sei que é ela, sabe ? Essas coisas a gente nunca sabe, mas sente que sabe, eu não faço ideia como descrever. Como vou falar do sorriso, das mãos dadas, dos olhos pintados de lápis preto? Se ao menos eu soubesse desenhar. “Almir, quem é ela?”, ele insiste. Nesse momento todos da mesa já estão olhando pra mim e eu continuo sem saber o que dizer. Eles desistem e seguem com a mesma conversa. Mas eu não era o mesmo, tinha ela. Antes de encher outro copo eu deixo escapar mais um sorrisinho, e mando mais uma mensagem: você é incrível. Achei melhor não falar nada que toda aquela situação era coisas de minha cabeça cênica de poeta apaixonado e assim mais uma tarde está indo . . . Bom mesmo é que a saudade nos faz ter a esperança que ela passa por aqui e me lê, e ri com minhas lokuras pensando nela e criando situações para mantê-la viva em meus dias ; ; ; (ALMIR PRADO)