Solitariamente acompanhado: minha culpa
Preciso errar.
Errar para poder falar
Que estou tranquilo, em paz,
Sem nenhuma culpa a me calar.
Não sinto culpa deste erro,
Que não é sua, nem de ninguém.
E a que carrego
Não é culpa minha também.
Continuo errando,
Me sentindo condenado
A procurar o responsável
Por não me sentir culpado.
Mas reconheço e a desconheço:
Há uma culpa que me engana,
Mas quando chego perto
Ela sutilmente me abandona.
No entanto é real, e é só minha.
Freud deve saber o que fiz,
Ela me segura, me agarra,
Me atrasa, e nunca nada diz.
Vou seguindo,
Solitariamente acompanhado,
Vivendo com uma confusa mente,
Sem culpa e me sentido culpado.
Ela se aproxima enquanto tento me escrever,
Vem e me apaga, entende minha queixa,
E o que fica não sou eu,
Mas só o que ela deixa...