Solitariamente acompanhado: minha culpa

Preciso errar.

Errar para poder falar

Que estou tranquilo, em paz,

Sem nenhuma culpa a me calar.

Não sinto culpa deste erro,

Que não é sua, nem de ninguém.

E a que carrego

Não é culpa minha também.

Continuo errando,

Me sentindo condenado

A procurar o responsável

Por não me sentir culpado.

Mas reconheço e a desconheço:

Há uma culpa que me engana,

Mas quando chego perto

Ela sutilmente me abandona.

No entanto é real, e é só minha.

Freud deve saber o que fiz,

Ela me segura, me agarra,

Me atrasa, e nunca nada diz.

Vou seguindo,

Solitariamente acompanhado,

Vivendo com uma confusa mente,

Sem culpa e me sentido culpado.

Ela se aproxima enquanto tento me escrever,

Vem e me apaga, entende minha queixa,

E o que fica não sou eu,

Mas só o que ela deixa...

ArilsOn
Enviado por ArilsOn em 13/07/2019
Reeditado em 14/07/2019
Código do texto: T6695297
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