Como era meigo o Wladimir
No artigo, “Friedrich Engels” de 1895, Wladimir Lenin numa frase resume todo o comportamento que se espera dos “revolucionários”.
Ele diz que: “Toda a história escrita até aos nossos dias é a história da luta de classes, a sucessão no domínio e nas vitórias de umas classes sociais sobre outras. E este estado de coisas continuará enquanto não tiverem desaparecido as bases da luta de classes e do domínio de classe: a propriedade privada e a produção social anárquica. Os interesses do proletariado exigem a destruição destas bases, contra as quais deve, pois, ser orientada a luta de classe consciente dos operários organizados. E toda a luta de classe é uma luta política.”
Vemos que inicialmente ele concorda com o pensamento de Marx e Engels, segundo o qual as sociedades são produto das lutas de classes.
Depois ele diz da necessidade de se extinguir as bases das lutas de classes que são a propriedade privada e a “produção social anárquica”.
Contudo, para esse fim ele sustenta a necessidade da continuidade de uma luta levada a termo de acordo com “os interesses do proletariado” como uma “luta de classe consciente dos operários organizados”.
Logicamente não se pode esperar muita consciência e organização de operários rudes, dessa forma está implícita a necessidade da presença de mentes esclarecidas para a condução e manutenção do processo. Aí vem a importância dos intelectuais. Importância essa ressaltada posteriormente por Gramsci.
E por último, Lênin ressalta que a luta de classe é uma luta política, ou seja, ela serve a propósitos superiores, conduzida portanto pela Nomenklatura.
A Nomenklatura ou casta dirigente ou ainda, a Burocracia soviética, incluía altos funcionários do Partido Comunista e trabalhadores com cargos técnicos, artistas e outras pessoas que gozavam da simpatia do Partido Comunista.
Qualquer semelhança com a conduta dos atuais socialistas, principalmente latino-americanos, não é mera coincidência, visto que sua alma é o marxismo leninista.
Essa semelhança nos dá a certeza de que o socialismo latino americano, não importa o nome que ele tenha, se castrismo, bolivarianismo ou lulismo, é a certeza de navegação num barco furado que só atende interesses da nomenklatura local.
A meu ver, o maior mérito de Karl Marx não foi ter tecido uma intrincada teia que sustenta uma doutrina mas, ter conseguido levar a seus seguidores a certeza de terem uma “superioridade natural” sobre todas as outras pessoas.