Ferida que não cura
O costume da dor
Que vicía
machuca devagar
As vezes some
Parece que não existe mais
Mas só de pensar
Explode o peito
Descarrega ao vento
A vontade de chorar.
E todos esses carnavais
Que me lembram sempre o início de tudo
Da ferida que não cura
Que me fez acostumar
Que a dor vicía
Machuca devagar.
O peito calejado
É impossível de esquecer
O dia que tudo mudou
O dia que perdi você.
Descobri que não ti conhecia
Descobri o desejo de saber mais
Sobre aquele cara bacana
Que ausentou-se nos funerais.
Não teve chance de escolha
A bala multiplicou-se em várias outras
Fez parar mais que uma respiração
Acertou uma multidão
Me viciou na dor
E me fez acostumar
Com a ferida que não cura
Que machuca devagar.