Sol

Os primeiros raios de sol entravam pela janela

e eram abafados pela cortina branca

que iluminava o quarto.

O clima era frio,

mas seu corpo era quente.

Nas paredes vários quadros

feitos com suas habilidosas mãos,

mas nenhum espelho

pra gente se olhar e não se reconhecer.

O quarto tinha cheiro de intimidades e incertezas...

tinha amor de manhã, de tarde e de noite.

Dois seres sagrados

desarrumando lençóis.

As incertezas foram se tornando mais constantes

e se concretizando.

Agora estamos aqui...

sem querer nos magoar,

sem saber que a mágoa maior

foi se doar.

É incrível como minhas nóias e impulsividade

afastam as pessoas.

Eu não tenho mais aquele corpo quente,

só restaram as memórias...

insolúveis, intocáveis.

Não tô afim de me doar de novo...

ainda mais pra algém que não entenda meu estado de espírito de ser...

de ser louca.

Ultravioleta
Enviado por Ultravioleta em 09/07/2019
Código do texto: T6692091
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