Sol
Os primeiros raios de sol entravam pela janela
e eram abafados pela cortina branca
que iluminava o quarto.
O clima era frio,
mas seu corpo era quente.
Nas paredes vários quadros
feitos com suas habilidosas mãos,
mas nenhum espelho
pra gente se olhar e não se reconhecer.
O quarto tinha cheiro de intimidades e incertezas...
tinha amor de manhã, de tarde e de noite.
Dois seres sagrados
desarrumando lençóis.
As incertezas foram se tornando mais constantes
e se concretizando.
Agora estamos aqui...
sem querer nos magoar,
sem saber que a mágoa maior
foi se doar.
É incrível como minhas nóias e impulsividade
afastam as pessoas.
Eu não tenho mais aquele corpo quente,
só restaram as memórias...
insolúveis, intocáveis.
Não tô afim de me doar de novo...
ainda mais pra algém que não entenda meu estado de espírito de ser...
de ser louca.