MAYBE***TALVEZ
Toquei a pele quente coberta pelo tempo:
os dedos frios como a neve,
dessa manhã de inverno,
contrastando com o vapor desperto de cada poro.
A música vinha de fora:
vozes que não reconheço,
cantores na minha janela ,
"Maybe" tocando aqui dentro -
suspiros, lembranças, saudades.
É preciso sacudir o cobertor do tempo:
aquecer os dedos em uma xícara de chá,
banhar cada micro vulcão que exalou o melhor perfume de mim,
calar a voz destes desconhecidos,
calar meu coração,
e voltar, voltar, voltar a mim,
até que cada lembrança,
suspiro e saudade,
voltem ao seu lugar.
O tilintar das chaves espera a ordem:
de trancar,
ou deixar viver.