DA MORALIDADE POLÍTICA

Há uma moralidade política. E ela não coincide necessariamente com a Ética. É por isso que, quando se torna necessário trair a Ética, não trai-la é trair a Política.

Isso justifica o porquê de, em função do seu engajamento, o político poder se esquecer de tudo: de que é pai, de que é mãe, de que é filho, de que é cidadão, de que é humano... mas não poder se esquecer de que, antes de tudo, ele é um político.

A contingência ontológica de um político é muito mais suscetível e vulnerável do que a de um não político, pois seu compromisso com a Política transcende seu compromisso com seu próprio eu.

Ser honesto ou desonesto será sempre menos relevante do que estar ou não estar em consonância com as circunstâncias que lhe permitirão perpetuar-se como político.

Um candidato jamais será o mesmo após eleito.

Os fatores constitutivos do Ser-eleito diferem dos do Ser-candidato. No entanto, ambos sempre estarão à mercê dos interesses de quem pode fazê-los consolidar-se ou manter-se como políticos eleitos.

Há apena um único e genuíno interesse em um candidato: ser eleito.

Há apenas um único e genuíno interesse em um político eleito: ser reeleito.

E ainda que seja necessário vender a alma ao diabo, não hesitarão em fazê-lo.

Maikon Jekson, 02/07/2018

MAIKON JEKSON
Enviado por MAIKON JEKSON em 02/07/2019
Reeditado em 02/07/2019
Código do texto: T6686482
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