"Sentir-se vazio é abrir mão de tudo aquilo que lhe compõe. Não há vazio preenchido, a não ser que o próprio preenchimento seja vazio. Mas não seria incoerente esse vazio tomado? É que por vezes aquilo que somamos para nos completar é restrito, frio, inacabado. Assim, o que nos constituiu é tão leve, sem base angular que um vento mais forte apaga nossa memória. E sem memória, despedindo-se da nostalgia que o bem guarda e aguarda, é fácil tornar-se vazio, embora saturado, empanturrado estivesse."