Respeito

Durante a Idade Média, um período da história também chamado de Idade das Trevas, muitas atrocidades aconteceram em nome da ignorância e do egoísmo humanos. Quem pensava diferente da Igreja Católica, por exemplo, era duramente punido e até excluído da sociedade, quando os primeiros protestantes surgiram – protestando contra atitudes da igreja – foram vistos e julgados como hereges; torturas aconteceram, crueldades existiram.

Não, a culpa não foi da igreja em si, mas sim daqueles que a controlavam. Não eram movidos pelos interesses do cristianismo, que jamais foi forçar alguém a seguir os seus dogmas, antes sempre apregoou o amor e a caridade – como Jesus Cristo disse: “Vinde a mim vós fracos e oprimidos e eu vos aliviarei, porque o meu fardo é leve e o meu jugo suave”. Os falsos cristãos da época eram movidos pelos interesses materiais: queriam poder (eram amigos do rei), queriam territórios (grande parte das terras durante o feudalismo a eles pertenciam), queriam mais e mais riquezas (já ouviu falar no dízimo? – inclusive esse é um problema que perdura até os dias de hoje em muitas religiões). Não queriam levar a salvação, como Jesus ordenou, queriam dominar para se manter no topo.

Pois é, essa é uma ótima comparação que podemos usar para os tempos atuais, a diferença é que a religião já não possui tanta influência – salvo alguns casos –, quem assumiu o posto foi o próprio ser humano que insiste em encarar as diferentes maneiras de viver como repugnantes e que por isso, em sua ignorância, devem ser aniquiladas. Não se lembra de Hitler com o seu Nazismo? Em nome da dita “raça pura” muitos tiveram suas vidas ceifadas: eis aí a prova do quanto o ser humano pode ser baixo, sujo e desprezível.

Mas, voltando ao assunto, muitas pessoas não aceitam de forma alguma aquilo que vai contra a sua crença e esse é um direito delas, sim, ninguém é obrigado a aceitar e nem se adequar ao divergente, cada um faz a sua escolha, cada um é livre para acreditar no que quiser, mas todos somos obrigados a respeitar! Sim, se um respeitasse o modo do outro ser teríamos um mundo melhor, mais justo, um mundo no qual todos viveriam harmoniosamente bem, respeitando os diferentes espaços.

É tão simples respeitar, por que então o preconceito continua vigoroso? É fácil responder essa pergunta: o ser humano que se acha o único dono da razão e da verdade quer que todos se adéquem ao seu modo de ser, quer se enxergar no outro, mas não de uma forma gentil como se estivesse disposto em ajudar, é de uma forma perversa: ou seja como eu ou recolha-se à sua insignificância. É bem assim. O problema é que assim como o João julga o sei jeito o correto, o Frederico também pensa dessa maneira e a Maria de igual modo. Mas se todos respeitássemos as diferentes cabeças conseguiríamos enxergar a beleza da diversidade humana!